1 de out. de 2010

Entreviata com Renato Costa - Jornal Agora



Renato Costa: “Honradez é obrigação de todos, principalmente do político”

Renato Borges da Costa nasceu no Sudoeste Baiano, na cidade de Itiruçu e, ainda menino, veio com a família para Itabuna. Desde cedo mostrou afinidade com a política, quando ainda estudante do ensino regular integrou a luta estudantil, em plena ditadura militar.

Formou-se médico em Salvador, na Faculdade de Medicina da Ufba, e entendeu de conciliar a profissão com a vocação política, levando para a segunda os princípios da ética médica e dos ensinamentos que aprendeu no seio da família.

“Nunca me preocupei se deveria parecer honesto, honrado. Isso é natural para mim, desde sempre. Veio da família, e imagino que todas as famílias ensinem aos seus filhos. O que fiz, apenas, foi não me distanciar desses ensinamentos. Aliás, acredito que ser honrado, honesto, é dever de todos. Mas, ao político, essa obrigação parece ser ainda mais patente”.

O senhor já foi deputado, vice-prefeito e candidato a prefeito. Ou seja, sempre esteve envolvido com a política e, como tal, exposto às desconfianças da população. Isso o incomoda, já que o senhor mantém uma imagem de político honesto, honrado?

Renato Costa – Nunca me incomodou, de maneira alguma. Talvez porque nunca tenha visto essa questão da honradez como algo extraordinário, do ponto de vista do exercício da cidadania. Também nunca me preocupei se deveria parecer honesto, honrado. Isso é natural para mim, desde sempre. Veio da família, e imagino que todas as famílias ensinem aos seus filhos. O que fiz, apenas, foi não me distanciar desses ensinamentos. Aliás, acredito que ser honrado, honesto, seja dever de todos. Mas, ao político, essa obrigação parece ser ainda mais patente.

Essa eleição tem o diferencial da lei da “Ficha Limpa”, uma ideia que deveria favorecer políticos como o senhor. O senhor sente isso no seu contato com o eleitor ou esses ventos ainda não sopram na Bahia?

Sopram, sim. E forte. Claro que se trata de uma mudança de mentalidade do eleitor, e isso não é fácil. Mas a gente ouve por onde andamos, que o voto em mim, por exemplo, se deve ao fato de eu ser um ficha limpa da política baiana. Muito me honra, e ao mesmo tempo me incentiva a ajudar a difundir essa ideia, claro.

O senhor acredita que essa lei ‘pega’, terá aplicabilidade efetiva por parte da justiça ou será mais uma daquelas que parecem moda, duram três meses e logo se esquece?

Na verdade, essa foi uma lei que nasceu do anseio popular, e é nessa força que acredito. O povo não a deixará cair no esquecimento. Claro que o povo deva ser estimulado a isso, e aí entra o papel de vocês, da imprensa. Vamos precisar de todo mundo, como já disse o poeta.

Na pré-campanha o senhor foi muito criticado por aceitar o apoio do ex-prefeito Fernando Gomes, antigo desafeto político. Já superou isso?

Tem uma história sobre isso que pouca gente sabe. Sérgio Gomes, filho de Fernando, é meu companheiro de partido há algum tempo. Ele foi perguntado, em Salvador, quem apoiaria aqui na região, e meu nome foi defendido. E mais: se comprometeu a trazer Fernando Gomes. Fui comunicado do apoio de Fernando pelo seu filho, Sérgio. Claro que aceitei o apoio, como qualquer político teria feito. Tivemos, sim, nossos problemas, mas acredito que, até como ser humano, recusar uma ajuda numa tarefa seria pouco inteligente de minha parte e ficaria feio para mim. E todos hão de concordar que Fernando é uma força política em nossa região.

O que o eleitor pode esperar de seu mandato, caso seja eleito?

Primeiro, gostaria de dizer da alegria que foi essa campanha. Ainda não acabou, temos esses últimos dias de correria, e vamos fazer isso até o limite legal. Quero dizer com isso que esse mandato é muito, mas muito perto, é algo real. O meu partido, o PMDB, tem minha eleição como muito provável, e aposta nela. Isso é muito bom. Então, caso se confirme, como e minha equipe esperamos, a população pode esperar e confiar em um mandato em defesa de minha terra, de minha região, e de toda a Bahia. Esse será um mandato sem dúvidas mais amplo, uma vez que tenho presença em todo o estado.

O senhor se refere ao apoio do movimento Esquerda democrática do PMDB. Qual foi a ajuda efetiva desse grupo à sua campanha e, primeiro, o que vem a ser a “Esquerda Democrática”?

Depois da eleição de 2006, uma turma boa do PSB ficou sem espaço no partido e resolveu se desfiliar. Depois de vagar à procura de um partido que atendesse aos anseios do grupo, decidiram por uma filiação em massa no PMDB. Trata-se de um grupo de pessoas com grande densidade eleitoral, haja vista que reúne ex-vereadores de Salvador, ex-deputado, políticos de várias regiões, como do Recôncavo, enfim, um grupo grande e com força política. O resultado disso é que nessa eleição terei votação em todas as regiões da Bahia, o que me garante chances muito maiores de eleição. Por esse motivo minha eleição parece muito mais provável, até, do que as duas vezes em que fui efetivamente eleito. Naquelas ocasiões, as chances de sucesso pareciam menores, e me elegi. Agora, elas estão bem maiores, e acredito em um resultado altamente positivo nesse pleito.

Fonte: Jornal Agora




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