11 de mar. de 2010

PT baiano reage contra chapão

O PT baiano protagonizou ontem, com direito a estreia de personagens, novo capítulo contra a proposta de se criar um “chapão” proporcional com todas as legendas que fazem parte da base do governador Jaques Wagner (PT) e, em especial, os que devem vir no fechamento do acordo eleitoral. Vale ressaltar que nos bastidores circula que a indignação maior seria contra o presidente estadual da legenda, Jonas Paulo, tido como mentor do “chapão” que ressuscitaria o antigo grupo que dominou a Bahia, com os ex-carlistas César Borges e Otto Alencar, que deve se filiar ao PP.

De acordo com o deputado estadual J. Carlos, que dessa vez liderou o movimento, é unânime na bancada petista a defesa da reserva de uma vaga no Senado para o partido. “E, não temos dúvida, que o melhor nome para nos representar seria o do ex-governador Waldir Pires”, destacou. J. Carlos arrematou ainda que é “a favor de alianças, como sempre aconteceu com o PT, PSB e PC do B. Só não posso admitir que a coerência com os princípios que norteiam o nosso Partido sejam relegadas em nome de interesses outros e que nós, deputados do PT, sejamos prejudicados”.

A análise, conforme ele, é que da maneira que as coisas caminham, a legenda, inevitavelmente, encolherá. “É nítido, que se essa estratégia for levada adiante, nós perderemos deputados”, retrucou, complementando que “a nossa defesa é pelo crescimento da sigla e caso isso ocorra, levando em consideração as regras eleitorais, o PT elegerá menos da metade dos deputados federais e estaduais das últimas eleições”.

Com intuito de solucionar todo impasse instalado, uma conversa, com o governador, segundo o petista, será agendada o quanto antes. “Nós vamos externar a nossa insatisfação ao governador e sabemos que, embora ele tenha o poder nas mãos, nunca deixou de nos ouvir. Portanto, acredito que dessa vez não será diferente”, destacou confiante.

Deputados federais concordam

Engrossando o coro dos “insatisfeitos”, o deputado federal Emiliano José também comunga da mesma opinião do “companheiro” J. Carlos. Para Emiliano, o nome de Waldir vai se “firmando no campo da esquerda” para ocupar a vaga destinada à Câmara Alta do Congresso Nacional na chapa do governador Jaques Wagner. “É a minha posição e de vários deputados federais do PT, como Geraldo Simões, Joseph Bandeira, Luiz Alberto e Zezéu Ribeiro”, destacou.

Waldir Pires, por sua vez, que no último dia 7, em Vitória da Conquista, teve seu nome lançado para a disputa, mesmo no auge dos seus 80 anos, afirmou que assume “sem hesitação” a tarefa de candidatar-se ao Senado Federal. “Afinal, a Bahia, o PT vive um momento de consolidação das mudanças iniciadas com o governo Wagner e precisa ser representada em Brasília”.

Ainda, o prefeito de Vitória da Conquista Guilherme Menezes afirmou que Waldir Pires representa aquilo que de melhor se produziu em termos de política na Bahia e no Brasil, sendo, para ele, um exemplo de homem público que sempre tratou a política com a seriedade que a sociedade exige de seus governantes, defendendo o nome do companheiro de partido para o Senado.

Na ocasião, também afirmaram apoio a Waldir Pires os representantes do PSB, PV e PCdoB, partidos aliados do PT no Município e que refutam a composição da chapa majoritária com os carlistas César Borges e Otto Alencar. (FC)

3 comentários:

Rogerio disse...

È uma vergonha para o PT, para os eleitores da Bahia e para o próprio governador essa história maluca desse tal Chapão que está sendo organizado para as eleições. Como podem ressuscitar todos aqueles políticos que fazem parte das oligarquias arcaicas que dominaram a Bahia por tantos anos e que, depois de muito esforço, conseguimos destituir do poder? Wagner assumiu com o compromisso de livrar a Bahia dessas pessoas, e não de reconduzi-las ao poder. O Governador já tinha me decepcionada uma vez quando realizou um governo que, embora correto, tenha sido lento e de poucas ações. Mas essa Alina é absolutamente estapafúrdia.

Renato Pinheiro disse...

Eu sempre votei no PT e sempre sonhei com o dia em que os carlistas seriam derrubados e um governante do povo, comprometido com idéias e projetos, assumiria o Palácio de Ondina. Infelizmente, não foi isso que aconteceu 3 anos atrás quando Wagner foi eleito. Ele está agora mostrando que é capaz de usar as mesmas ferramentas daqueles que antes combatia. E pior, agora está chamando para o barco dos amigos políticos que sempre foram “do mal”. Borges e Otto ao lado do PT no governo, nunca! Fora Carlistas!

Marcelo Campos disse...

TUDO PELO PODER! Esse deveria ser o lema do nosso governador, que parece estar atirando para todos os lados. E então petistas, vão continuar votando num governador que faz aliança com Carlistas históricos, como o Otto e o Cesar Borges? Taí um partido que aqui na Bahia não tem nenhuma tradição e nenhum principio: quando eram oposição ficavam criticando sem apresentar proposta nenhuma. Agora que virou governo continua sem proposta nenhuma, só fazendo propaganda, e procurando alianças para continuar mais 4 anos no poder sem realizar nada. Lastimável.